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A Globalização

segunda-feira, 4 de junho de 2007

Avanço tecnológico

Segue abaixo o mais novo avanço tecnológico.

Os blocos econômicos.

São associações de países, em geral de uma mesma região geográfica, que estabelecem relações comerciais privilegiadas entre si e atuam e atuam de forma conjunta no mercado internacional. Um dos aspectos mais importantes na formação dos é a redução ou a eliminação das alíquotas de importação, com vistas à criação de zonas de livre comércio. Os blocos aumentam a interdependência das economias dos países membros. Uma crise no México, como a de 1994, afeta os EUA e o Canadá - os outros países-membros do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta).

O primeiro bloco econômico aparece na Europa, com a criação, em 1957, da Comunidade Econômica Européia (embrião da atual União Européia). Mas a tendência de regionalização da economia só é fortalecida nos anos 90: o desaparecimento dos dois grandes blocos da Guerra Fria, liderados por EUA e URSS, estimula a formação de zonas independentes de livre-comércio, um dos processos de globalização. Atualmente, os mais importantes são: o Acordo de Livre Comércio da Am rica do Norte (Nafta), a União Européias (UE). o Mercado Comum do Sul(Mercosul), a Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (Apec) e, em menor grau o Pacto Andino, a Comunidade do Caribe e Mercado Comum (Caricom), a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), a Comunidade dos Estados Independentes (CEI) e a Comunidade da África Meridional para o Desenvolvimento (SADC).
No plano mundial, as relações comerciais são reguladas pela Organização Mundial do Comércio (MC)m que substitui o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (Gatt), criado em 1947. A organização vem promovendo o aumento no volume de comércio internacional por meio da redução geral de barreiras alfandegárias. Esse movimento, no entanto, é acompanhado pelo fortaleci mentos dos blocos econômicos, que buscam manter maiores privilégios aos países-membros.

PRINCIPAIS BLOCOS ECONÔMICOS
Blocos Integrantes PIB total(milhões de US$) População total(milhões de hab.) PIB per capita(em US$) Data de criação
Asean 7 países 541.075 429,00 1.261,25 1967
Apec 17 países e 1 território 14.119.450 2.217,00 6.368,72 1989
Caricom 12 países e 3 territórios 16.135* 5,82 2.772,34 1973
Mercosul 4 países 859..874 207,70 4.139,98 1991
Nafta 3 países 7.568,082 391,10 19.356,76 1988
Pacto Andino 5 países 197.662 101,50 1.947,41 1969
União Européia 15 países 7.324.381 372,40 19.668,05 1957
SADC 11 países 145.950 137,20 1.063,78 1979
CEI 12 países 550.989 285,00 1.933,29 1991

Revolução Tecnocientífica.

A rápida evolução e a popularização das tecnologias da informação (computadores, telefones e televisão) têm sido fundamentais para agilizar o comércio e as transações financeiras entre os países. Em 1960, um cabo de telefone intercontinental conseguia transmitir 138 conversas ao mesmo tempo. Atualmente, com a invenção dos cabos de fibra óptica, esse número sobe para l,5 milhão. Uma ligação telefônica internacional de 3 minutos, que custava cerca de 200 em 1930, hoje em dia é feita por US$ 2. O número de usuários da Internet, rede mundial de computadores, é de cerca de 50 milhões e tende a duplicar a cada ano, o que faz dela o meio de comunicação que mais cresce no mundo. E o maior uso dos satélites de comunicação permite que alguns canais de televisão - como as redes de notícias CNN, BBC e MTV - sejam transmitidas instantaneamente para diversos países. Tudo isso permite uma integração mundial sem precedentes.




Paralelo: Capitalismo.

Por que o capitalismo?

As pessoas são livres para comprar o que desejarem.




Todos têm o direito soberano de escolher o que vestir, onde morar, de que se alimentar, etc.




Todos têm direitos iguais




O Cuidado com as Crianças é a marca fundamental do regime

  • O QUE VOCÊ ACHA DE TUDO ISSO?

Efeitos da Globalização

Nós vivemos na era da globalização, tudo converge, os limites vão desaparecendo”. Quem não ouviu, no mínimo, uma destas expressões nos últimos anos? A globalização é um chavão de nosso tempo, uma discussão que está na moda, onde opiniões fatalistas conflitam com afirmações críticas, e o temor de uma homogeneização está no centro do debate. Suposições de uma sociedade mundial, de uma paz mundial ou, simplesmente, de uma economia mundial, surgem seguidamente, cujas conseqüências levariam a processos de unificação e adaptação, aos mesmos modelos de consumo e a uma massificação cultural. Mas há que se perguntar: trata-se apenas de conceitos em disputa ou há algo que aponte, de fato, nesta direção? Quais são, afinal, os efeitos culturais da globalização?

O processo de constituição de uma economia de caráter mundial não é nada novo. Já no período colonial houve tentativas de integrar espaços intercontinentais num único império, quando a idéia de “dominar o mundo” ficou cada vez mais próxima. Por outro lado, a integração das diferentes culturas e povos como “um mundo” já foi desejada há muito tempo e continua como meta para muitas gerações. Sob esta ótica, o conceito de globalização poderia ter um duplo sentido, se ele não fosse tão marcado pelo desenvolvimento neoliberal da política internacional.

Conforme o sociólogo alemão Ulrich Beck, com o termo globalização são identificados processos que têm por conseqüência a subjugação e a ligação transversal dos estados nacionais e sua soberania através de atores transnacionais, suas oportunidades de mercado, orientações, identidades e redes. Por isso, ouvimos falar de defensores da globalização e de críticos à globalização, num conflito pelo qual diferentes organizações se tornam cada vez mais conhecidas. Neste sentido, não se trata de um conflito stricto sensu sobre a globalização, mas sobre a prepotência e a mundialização do capital. Esse processo, da forma como ele atualmente vem acontecendo, não deveria sequer ser chamado de globalização, já que atinge o globo de forma diferenciada e exclui a sua maior parte – se observamos a circulação mundial de capital, podemos constatar que a maioria da população mundial (na Ásia, na África e na América Latina) permanece excluída.

Essa forma de globalização significa a predominância da economia de mercado e do livre mercado, uma situação em que o máximo possível é mercantilizado e privatizado, com o agravante do desmonte social. Concretamente, isso leva ao domínio mundial do sistema financeiro, à redução do espaço de ação para os governos – os países são obrigados a aderir ao neoliberalismo – ao aprofundamento da divisão internacional do trabalho e da concorrência e, não por último, à crise de endividamento dos estados nacionais. Condições para que essa globalização pudesse se desenvolver foram a interconexão mundial dos meios de comunicação e a equiparação da oferta de mercadorias, das moedas nacionais e das línguas, o que se deu de forma progressiva nas últimas décadas. A concentração do capital e o crescente abismo entre ricos e pobres (48 empresários possuem a mesma renda de 600 milhões de outras pessoas em conjunto) e o crescimento do desemprego (1,2 bilhões de pessoas no mundo) e da pobreza (800 milhões de pessoas passam fome) são os principais problemas sociais da globalização neoliberal e que vêm ganhando cada vez mais significado.

É evidente que essa situação tem efeitos sobre a cultura da humanidade, especialmente nos países pobres, onde os contrastes sociais são ainda mais perceptíveis. Em primeiro lugar, podemos falar de uma espécie de conformidade e adaptação. Em função da exigência de competitividade, cada um se vê como adversário dos outros e pretende lutar pela manutenção de seu lugar de trabalho. Os excluídos são taxados de incompetentes e os pobres tendem a ser responsabilizados pela sua própria pobreza. Paralelamente a isso, surge nos países industrializados uma nova forma de extremismo de direita, de forma que a xenofobia e a violência aparecem entrelaçada com a luta por espaços de trabalho. É claro que a violência surge também como reação dos excluídos, e a lógica do sistema, baseada na competição, desenvolve uma crescente “cultura da violência” na sociedade. Também não podemos esquecer que o próprio crime organizado oferece oportunidades de trabalho e segurança aos excluídos.

Embora tenham sido desenvolvidos e disponibilizados mais meios de comunicação, presenciamos um crescente isolamento dos indivíduos, de forma que as alternativas de socialização têm sido, paradoxalmente, reduzidas. A exclusão de muitos grupos na sociedade e a separação entre camadas sociais têm contribuído para que a tão propalada integração entre diferentes povos não se efetive; pelo contrário, isso têm levado a um processo de atomização da sociedade. O valor está no fragmento, de modo que o engajamento político da maioria ocorre de forma isolada como, por exemplo, o feminismo, o movimento ambientalista, movimentos contra a discriminação ética e sexual, etc. Tudo isso sem que se perceba um fio condutor que possa unificar as lutas isoladas num projeto coletivo de sociedade. Nessa perspectiva fala-se de um “fim das utopias”, que se combina com uma nova forma de relativismo: “a verdade em si não existe; a maioria a define”.

No que se refere à educação, cresce a sobrevalorização do pragmatismo, da eficiência meramente técnica e do conformismo. O mais importante é a formação profissional, concebida como único meio de acesso ao mercado de trabalho. A idéia é a de que, com uma melhor qualificação técnica, se tenha maiores possibilidades de conseguir um emprego num mercado de trabalho em declínio. Em conseqüência a isso, a reflexão sobre os problemas da sociedade assume cada vez menos importância; e valores como engajamento, mobilização social, solidariedade e comunidade perdem seus significados. Importante é o luxo, o lucro, o egocentrismo, a “liberdade do indivíduo” e um lugar no “bem-estar dos poucos”. Esses valores são difundidos pelos grandes meios de comunicação e os jovens são, nisto, os mais atingidos. A diminuição do sujeito/indivíduo surge como decorrência, pois o ser humano é cada vez mais encarado como coisa e estimulado a satisfazer prazeres supérfluos. Os excluídos são descartados sem perspectiva e encontram cada vez menos espaço na sociedade que, afinal de contas, está voltada aos consumidores, enquanto o acesso público é continuamente reduzido.

Por outro lado, há reações que se desenvolvem internacionalmente contra essa tendência. A ampliação das possibilidades de comunicação tem contribuído para que protestos isolados pudessem se encontrar e constituir redes. O lema: “pensar globalmente e agir localmente” pôde ser superado, de forma que uma ação global se tornou possível, o que alterou a visão de mundo e os limites de tempo e espaço. Para além das diferenças étnicas, religiosas e lingüísticas dos povos, podemos falar de uma nova divisão do mundo: de um lado, uma minoria que é beneficiada pela globalização neoliberal e, de outro, a maioria que é prejudicada com a ampliação do livre mercado. Esse conflito está no centro do debate atual da humanidade, cujos efeitos caracterizam o espírito do nosso tempo e influenciarão a cultura da humanidade futura. Se a imagem das futuras gerações será fragmentada ou mais homogeneizada ainda não se sabe, mas a possibilidade de uma crescente desumanização é muito grande.

A globalização no cotidiano.

Parece absurdo pensar nisso, mas a temperatura de seu corpo, nesse exato momento, é preservada por uma roupa produzida graças ao trabalho de milhares de pessoas em várias partes do mundo.

Por qualquer ângulo que se olhe, percebemos que cada indivíduo vive hoje numa sociedade mundial. As pessoas se alimentam, se vestem, moram, são transportadas , se comunicam, se divertem, por meio de bens e serviços mundiais, utilizando mercadorias produzidas pelo capitalismo mundial, globalizado.

Suponhamos que você vá com seus amigos comer um cheeseburger e tomar Coca-Cola no McDonald's. Em seguida, assista a um filme de Steven Spielber e volte para casa num carro Ford ou num ônibus Mercedes. Ao chegar, o telefone toca. Você atende num aparelho fabricado pela Siemmens e ouve um amigo lembrando-o de um videoclipe que começou há instantes na televisão: Michael Jackson em seu último lançamento. Você corre e liga o aparelho da marca Mitsubishi. Ao terminar o clipe, decide ouvir um CD do grupo Simply Red gravado pela BMG Ariola Discos, de propriedade da Warner, em seu equipamento Philips.

Veja quantas empresas transnacionais estiveram presentes nesse curto programa de algumas horas. Na verdade, não há atividades que escapem dos efeitos da globalização do capitalismo. Nem mesmo os esportes. Nem a seleção canarinho dispensa o patrocínio da Coca-Cola, símbolo estridente do processo de globalização do capital.

A influência política da globalização chega ao ponto de entidades de direitos humanos dos Estados Unidos tomarem conhecimento da chacina de meninos de rua, ocorrida em 1993 em frente à igreja da Candelária, no Rio de Janeiro, antes mesmo do próprio governo brasileiro.

A globalização provoca o desemprego?

A crescente concorrência internacional tem obrigado as empresas a cortar custos, com o objetivo de obter preços menores e qualidade alta para os seus produtos. Nessa restruturação estão sendo eliminados vários postos de trabalho, tendência que é chamada de desemprego estrutural. Uma das causas desse desemprego é a automação de vários setores, em substituição à mão de obra humana. Caixas automáticos tomam o lugar dos caixas de bancos, fábricas robotizadas dispensam operários, escritórios informatizados prescindem datilógrafos e contadores. Nos países ricos, o desemprego também é causado pelo deslocamento de fábricas para
os países com custos de produção mais baixos.

NOVOS EMPREGOS

O fim de milhares de empregos, no entanto, é acompanhado pela criação de outros pontos de trabalho. Novas oportunidades surgem, por exemplo, na área de informática, com o surgimento de um novo tipo de empresa, as de "inteligência intensiva", que se diferenciam das indústrias de capital ou mão-de-obra intensivas. A IBM, por exemplo, empregava 400 mil pessoas em 1990 mas, desse total, somente 20 mil produziam máquinas. O restante estava envolvido em áreas de desenvolvimento de outros computadores - tanto em hardware como em software - gerenciamento e marketing. Mas a previsão é de que esse novo mercado de trabalho dificilmente absorverá os excluídos, uma vez que os empregos emergentes exigem um alto grau de qualificação profissional. Dessa forma, o desemprego tende a se concentrar nas camadas menos favorecidas, com baixa instrução escolar e pouca qualificação.


A globalização é uma coisa boa para quem?

Uma empresa globalizada que elege um país para investir quer seja para ampliar sua fábrica, quer seja para se instalar pela primeira vez no país, ou então para montar um centro de distribuição regional, estará sendo uma boa coisa para:

  • Os trabalhadores que conseguem emprego na nova fábrica.
  • Para os governos que recolhem mais impostos.
  • Para as pequenas empresas fornecedoras que receberão encomendas de uma empresa sólida.
Então é uma coisa muito boa e não tem contra indicação?


Não. Uma multinacional globalizada é uma potência que impõe suas condições de preços,
condições de prazos e produção, qualidade total, entregas com padrões rígidos, e muito mais.

Uma empresa globalizada tem seu centro de compras em Londres. Seus escritórios de compras em Nova York, Singapura, etc. Seu centro de produção no rio de janeiro, os programas e centro de computação em Los Angeles, e os produtos finais são vendidos no mundo inteiro com a mesma marca.

Você compra um veículo Ford e pronto. Hoje importa que você tenha um tênis Nike americano,

mas você não sabe onde ele foi fabricado.

Globalização é isto e muito mais. Chegou para ficar com este nome, mas a sua estrutura iniciou-se desde a fundação da companhia das índias. Veio depois à companhia das índias ocidentais etc.

Fases da Globalização

Primeira Fase.

Há, como em quase tudo que diz respeito à história, grande controvérsia em estabelecer-se uma periodização para estes cinco séculos de integração econômica e cultural, que chamamos de globalização, iniciados pela descoberta de uma rota marítima para as Índias e pelas terras do Novo Mundo. Frédéric Mauro, por exemplo, prefere separá-lo em dois momentos, um que vai de 1492 até 1792 (data quando, segundo ele, a Revolução Francesa e a Revolução Industrial fazem com que a Europa, que liderou o processo inicial da globalização, voltou-se para resolver suas disputas e rivalidades), só retomando a expansão depois de 1870, quando amadureceram as novas técnicas de transporte e navegação como a estrada-de-ferro e o navio à vapor.

No critério por nós adotado, consideramos que o processo de globalização ou de economia-mundo capitalista como preferiu Immanuel Wallerstein, nunca se interrompeu. Se ocorreram momentos de menor intensidade, de contração, ela nunca chegou a cessar totalmente. De certo modo até as grandes guerras m
undiais de 1914-18 e de 1939-45, e antes delas a Guerra dos 7 anos (de 1756-1763), provocaram a intensificação da globalização quando adotaram-se macro-estratégias militares para acossar os adversários, num mundo quase inteiramente transformado em campo de batalha. Basta recordar que soldados europeus, nas duas maiores guerras do século 20, lutavam entre si no Oriente Médio e na África, enquanto que tropas colônias desembarcavam na Europa e marchavam para os campos de batalha nas planícies francesas enquanto que as marinhas européias, americanas e japonesas se engalfinhavam em quase todos os mares do mundo.

Assim sendo, nos definimos pelas seguintes etapas: p
rimeira fase da globalização, ou primeira globalização, dominada pela expansão mercantilista (de 1450 a 1850) da economia-mundo européia, a segunda fase, ou segunda globalização, que vai de 1850 a 1950 caracterizada pelo expansionismo industrial-imperialista e colonialista e, por última, a globalização propriamente dita, ou globalização recente, acelerada a partir do colapso da URSS e a queda do muro de Berlim, de 1989 até o presente.

Períodos da Globalização
Data Período Caracterização
1450-1850 Primeira fase Expansionismo mercantilista
1850-1950 Segunda fase Industrial-imperialista-colonialista
pós-1989 Globalização recente Cibernética-tecnológica-associativa


A primeira globalização, resultado da procura de uma rota marítima para as Índias, assegurou o estabelecimento das primeiras feitorias comerciais européias na Índia, China e Japão, e, principalmente, abriu aos conquistadores europeus as terras do Novo Mundo. Feitos estes que Adam Smith, em sua visão eurocêntrica, considerou os maiores em toda a história da humanidade. Enquanto as especiarias eram embarcadas para os portos de Lisboa e de Sevilha, de Roterdã e Londres, milhares de imigrantes iberos, ingleses e holandeses, e, um bem menor número de franceses, atravessaram o Atlântico para vir ocupar a América. Aqui formaram colônias de exploração, no sul da América do Norte, no Caribe e no Brasil, baseadas geralmente num só produto (açúcar, tabaco, café, minério, etc..) utilizando-se de mão de obra escrava vinda da África ou mesmo indígena; ou colônias de povoamento, estabelecidas majoritariamente na América do Norte, baseadas na média propriedade de exploração familiar. Para atender as primeiras, as colônias de exploração, é que o brutal tráfico negreiro tornou-se rotina, fazendo com que 11 milhões de africanos (40% deles destinados ao Brasil) fossem transportados pelo Atlântico para labutar nas lavouras e nas minas.

Igualmente não deve-se omitir que ela promoveu uma espantosa expropriação das terras indígenas e no sufocamento ou destruição da sua cultura. Em quase toda a América ocorreu uma catástrofe demográfica, devido aos maus tratos que a população nativa sofreu e as doenças e epidemias que os devastram, devido ao contato com os colonizadores europeus.

Nesta primeira fase estrutura-se um sólido comércio triangular entre a Europa (fornecedora de manufaturas) África (que vende seus escravos) e América (que exporta produtos coloniais). A imensa expansão deste mercado favorece os artesãos e os industriais emergentes da Europa que passam a contar com consumidores num raio be
m mais vasto do que aquele abrigado nas suas cidades, enquanto que a importação de produtos coloniais faz ampliar as relações inter-européias. Exemplo disso ocorre com o açúcar cuja produção é confiada aos senhores de engenho brasileiros, mas que é transportado pelos lusos para os portos holandeses, onde lá se encarregam do seu refino e distribuição.

Os principais portos europeus, americanos e africanos desta primeira globalização encontram-se em Lisboa, Sevilha, Cádiz, Londres, Liverpool, Bristol, Roterdã, Amsterdã, Le Havre, Toulouse, Salvador, Rio de Janeiro, Lima, Buenos Aires, Vera Cruz, Porto Belo, Havana, São Domingo, Lagos, Benin, Guiné, Luanda e Cidade do Cabo.


Politicamente, a primeira fase da globalização se fez quase toda ela sob a égide das monarquias absolutistas que concentram enorme poder e mobilizam os recursos econômicos, militares e burocráticos, para manterem e expandirem seus impérios coloniais. Os principais desafios que enfrentam advinham das rivalidades entre elas, seja pelas disputas dinásticas-territoriais ou pela posse de novas colônias no além mar, sem esquecer-se do enorme estragos que os corsários e piratas faziam, especialmente nos séculos 16 e 17, contra os navios carregados de ouro e prata e produtos coloniais.

A doutrina econômica desta primeira fase foi o
mercantilismo, adotado pela maioria das monarquias européias para estimular o desenvolvimento da economia dos reinos. Ele compreendia numa complexa legislação que recorria a medidas protecionistas, incentivos fiscais e doação de monopólios, para promover a prosperidade geral. A produção e distribuição do comércio internacional era feita por mercadores privados e por grandes companhias comerciais (as Cias. inglesas e holandesas das Índias Orientais e Ocidentais) e, em geral, eram controladas localmente por corporações de ofício.

Todo o universo econômico destinava-se a um só fim, entesourar, acumular riqueza. O poder de um reino era aferido pela quantidade de metal precioso (ouro, prata e jóias preciosas) existente nos cofres reais. Para assegurar seu aumento o esta
do exercia um sério controle das importações e do comércio com as colônias, sobre as quais exerciam o oligopólio bilateral. (*)Esta política levou a que cada reino europeu terminasse por se transformar num império comercial, tendo colônias e feitorias espalhadas pelo mundo todo ( os principais impérios coloniais foram o inglês, o espanhol, o português, o holandês e o francês). Um dos símbolos desta época, a bolsa de valores de Amberes, consciente do que representava, tinha como justo lema a frase latina “Ad usum mercatorum cujusque gentis ac linguae”, que ela servia aos mercadores de todas as línguas da terra.

Segunda fase.

Os principais acontecimentos que marcam a transição da primeira fase da globalização para a segunda dão-se nos campos da técnica e da política. A partir do século 18, a Inglaterra industrializa-se aceleradamente e, depois dela, a França, a Bélgica, a Alemanha e a Itália. A máquina à vapor é introduzida nos transportes terrestres (estradas-de-ferro) e marítimos (barcos à vapor) Conseqüentemente esta nova época será regida pelos interesses da indústria e das finanças, sua associada e, por vezes amplamenente dominante, e não mais das motivações dinásticas-mercantís. Será a grande burguesia industrial e bancária, e não mais os administradores das corporações mercantis e os funcionários reais quem liderará o processo. Esta interpenetração dos bancos com a indústria, com tendências ao monopólio ou ao oligopólio, fez com que o economista austríaco Rudolf Hilferding a denominasse de “O Capital Financeiro” (Das Finanz kapital, titulo da sua obra publicado em 1910), considerando-a um fenômeno novo da economia-politica moderna. Lenin definiu-a como a etapa final do capitalismo, a etapa do imperialismo.

Máquina a vapor.

Luta ele - o capital financeiro - pela ampliação dos mercados e pela obtenção de novas e diversas fontes de matérias primas. A doutrina econômica em que se baseia é a do capitalismo laissez-faire, um liberalismo radical inspirado nos fisiocratas franceses e apoiado pelos economistas ingleses Adam Smith e David Ricardo que advogavam a superação do Mercantilismo com suas políticas arcaicas. Defendem o livre-cambismo na relações externas, mas em defesa das suas indústrias internas continuam em geral protecionistas, como é o caso da política Hamiltoniana nos Estados Unidos e a da Alemanha Imperial e a do Japão(*).

A escravidão que havia sido o grande esteio da primeira globalização, tornou-se um impedimento ao progresso do consumo e, somada à crescente indignação que ela provoca, termina por ser abolida, primeiro em 1789 e definitivamente em 1848 ( no Brasil ela ainda irá sobreviver até 1888). Este segundo momento - segundo a orientação do que Hobson chamou de “a politica de uma minoria sem escrúpulos” -, irá se caracterizar pela ocupação territorial de certas partes da África e da Ásia, além de estimular o povoamento das terras semi-desocupadas da Austrália e da Nova Zelândia.

No campo da política a revolução americana de 1776 e a francesa de 1789, irão liberar enorme energia fazendo com que a busca da realização pessoal termine por promover uma grande ascensão social das massas. Logo depois, como resultado das Guerras Napoleônicas e da generalizada abolição da servidão e outros impedimentos feudais, milhões de europeus ( calcula-se em 60 milhões num século) abandonam seus lares nacionais e emigram em massa para os Estados Unidos, Canadá, e para a América do Sul (Brasil, Argentina, Chile e Uruguai).

A posse de novas colônias torna-se um ornamento na política das potências ( só a Grã-Bretanha possui mais de 50, ocupando inclusive áreas antieconômicas). O cobiçado mercado chinês finalmente é aberto pelo Tratado de Nanquim de 1842 e o Japão também é forçado a abandonar a política de isolamento da época Tokugawa ao assinar um tratado com os americanos em 1853-4.

Cada uma das potências européias rivaliza-se com as demais na luta pela hegemonia do mundo, ou como disse John Strachey: “lançaram-se unanimemente, numa rivalidade feroz...para anexar o resto do mundo”. O resultado é um acirramento da corrida imperialista e da política belicista que levará os europeus à duas guerras mundiais, a de 1914-18 e a de 1939-45. Entrementes outros aspectos técnicos ajudam a globalização: o trem e o barco à vapor encurtam as distâncias, o telégrafo e , em seguida, o telefone, aproximam os continentes e os interesses ainda mais. E, principalmente depois do vôo transatlântico de Charles Lindbergh em 1927, a aviação passa a ser mais um elemento que permite o mundo tornar-se menor.

Nestes cem anos da segunda fase da globalização (1850-1950) os antigos impérios dinásticos desabaram (o dos Bourbons em 1789 e, definitivamente, em 1830, o dos Habsburgos e dos Hohenzollers em 1914, o dos Romanov em 1917) Das diversas potências que existiam em 1914 (O Império britânico, o francês, o alemão, o austro-húngaro, o italiano, o russo e o turco otomano) só restam depois da 2ª Guerra, as superpotências: os Estados Unidos e a União Soviética.

Feridas pelas guerras as metrópoles deram para desabar, obrigando-se a aceitar a libertação dos povos coloniais que formaram novas nações. Mesmo assim, umas independentes e outras neocolonizadas, continuaram ligadas ao sistema internacional. Somam-se, no pós-1945, os países do Terceiro Mundo recém independente (a Índia é a primeira a obtê-la em 1947) às nações latino-americanas que conseguiram sua autonomia política entre 1810-25, ainda no final da primeira fase da globalização. No entanto nem a descolonização nem as revoluções comunistas, a da Rússia de 1917 e a da China de 1949, servirão de entrave para que a mais longo prazo o processo de globalização seja retomado.

A Globalização recente (pós-1989)


No decorrer do século 20 três grandes projetos de liderança da globalização conflitaram-se entre si: o comunista, inaugurado com a Revolução bolchevique de 1917 e reforçado pela revolução maoista na China em 1949; o da contra-revolução nazi-fascista que, em grande parte, foi uma poderosa reação direitista ao projeto comunista, surgido nos anos de 1919, na Itália e na Alemanha, extendendo-se ao Japão, que foi esmagado no final da 2ª Guerra Mundial, em 1945; e, finalmente, o projeto liberal-capitalista liderado pelos países anglo-saxãos, a Grã-Bretanha e os Estados Unidos.

Num primeiro momento ocorreu a aliança entre o liberalismo e o comunismo (em 1941-45) para a auto-defesa e, depois, a destruição do nazi-fascismo. Num segundo momento os vencedores, os EUA e a URSS, se desentenderam gerando a guerra fria (1947-1989), onde o liberalismo norte-americano rivalizou-se com o comunismo soviético numa guerra ideológica mundial e numa competição armamentista e tecnológica que quase levou a humanidade a uma catástrofe (a crise dos mísseis de 1962).

Com a política da glasnost, adotada por Mikhail Gorbachov na URSS desde 1986, a guerra fria encerrou-se e os Estados Unidos proclamaram-se vencedores. O momento símbolo disto foi a derrubada do Muro de Berlim ocorrida em novembro de 1989, acompanhada da retirada das tropas soviéticas da Alemanha reunificada e seguida da dissolução da URSS em 1991. A China comunista, por sua vez, que desde os anos 70 adotara as reformas visando sua modernização, abriu-se em várias zonas especiais para a implantação de indústrias multinacionais. A política de Deng Xiaoping de conciliar o investimento capitalista com o monopólio do poder do partido comunista, esvaziou o regime do seu conteúdo ideológico anterior. Desde então só restou hegemônica no moderno sistema mundial a economia-mundo capitalista, não havendo nenhuma outra barreira a antepor-se à globalização.

Chegamos desta forma a situação presente onde sobreviveu uma só superpotência mundial: os Estados Unidos. É a única que tem condições operacionais de realizar intervenções militares em qualquer canto do planeta (Kuwait em 1991, Haiti em 1994, Somália em 1996, Bosnia em 1997, etc..). Enquanto na segunda fase da globalização vivia-se na esfera da libra esterlina, agora é a era do dólar, enquanto que o idioma inglês tornou-se a língua universal por excelência. Pode-se até afirmar que a globalização recente nada mais é do que a americanização do mundo.

Como foi o processo de globalização?

Até a Revolução Industrial, o processo de mundialização da economia foi vagaroso, devido às limitações nos transportes e nas comunicações. Com a Revolução Industrial e a liberação do Capitalismo para suas plenas possibilidades de expansão, a globalização deu um salto qualitativo e significativo.

A ampliação dos espaços de lucro conduziu à globalização. O mundo passou a ser visto como uma referência para obtenção de mercados, locais de investimento e fontes de matérias-primas. Num primeiro momento, a globalização foi também o espaço para o exercício de rivalidades intercapitalistas e resultou-se em duas guerras mundiais. Ao longo do século XX, a globalização do capital foi conduzindo à globalização da informação e dos padrões culturais e de consumo. Isso deveu-se não apenas ao progresso tecnológico, mas - e, sobretudo - ao imperativo dos negócios. A tremenda crise de 29 teve tamanha amplitude justamente por ser resultado de um mundo globalizado, ou seja, ocidentalizado, face à expansão do Capitalismo. Ao entrarmos nos anos 80/90, o Capitalismo, ingressou na etapa de sua total euforia triunfalista, sob o rótulo de Neo-Liberalismo. Tais são os nossos tempos de palavras perfumadas: reengenharia, privatização, economia de mercado, modernidade e - metáfora do imperialismo - globalização. Os avanços tecnicocientíficos (informática, cabos de fibra óptica, telecomunicações, química fina, robótica, bioteconologia e outros) e a difusão de rede de informação reforçaram e facilitaram o processo de globalização. Estabeleceram um intercâmbio acelerado (reduzindo o espaço e o tempo), não só na esfera econômica (mercados, tecnologia de produção), mas atingindo também, os hábitos, os padrões culturais e de consumo.A classe trabalhadora, debilitada por causa do desemprego, resultante do maciço investimento tecnológico, ou está jogada no desamparo, ou foi absorvida pelo setor de serviços, uma economia fluida e que não permite a formação de uma consciência de classe. No momento presente, inexistem abordagens racionais e projetos alternativos para as misérias sociais, o que alimenta irracionalismos à solta.

O que é Globalização?

Não existe uma definição que seja aceita por todos, mas é basicamente um processo ainda em curso de integração de economias e mercados nacionais. No entanto, ela compreende mais do que o fluxo monetário e de mercadoria; implica a interdependência dos países e das pessoas, além da uniformização de padrões e está ocorrendo em todo o mundo, também no espaço social e cultural. É chamada de "terceira revolução tecnológica" (processamento, difusão e transmissão de informações) e acredita-se que a globalização define uma nova era da história humana.

As navegações e o processo colonialista constituíram momentos que permitiram à humanidade acelerar os contatos de troca de informações, de técnicas, de cultura e principalmente expandir o capitalismo e interligar os mercados mundiais. Pode-se dizer que a multiplicação dos espaços de lucro (domínio de mercados, locais de investimento e fontes de matérias-primas) conduziu o mundo à globalização.

Apesar de ser um processo antigo, apenas na década de 90 a globalização se impôs como um fenômeno de dimensão realmente planetária, a partir dos Estados Unidos e da Inglaterra e de quando a tecnologia de informática se associou à de telecomunicações.